Seguidores

sábado, 26 de maio de 2012

Mora em Minha Boca Teu Beijo





MORA EM MINHA BOCA TEU BEIJO!
Rondel - XXIV

Mora em minha boca teu beijo
beijando-me bem devagarinho,
gota à gota bebendo o desejo
roubando-me tesa no finalzinho.

De bocas lambuzadas sem pejos
nossos corpos roçando caminhos,
num beijo forte de posse e ensejos,
tu, beijando-me bem devagarinho.

A hora é louca, arrepios e desejos,
O toque de línguas é nosso vinho.
Galopas meu coração e já antevejo
meus lábios despidos, molhadinhos.
Mora em minha boca teu beijo!

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

terça-feira, 22 de maio de 2012

Quasares


QUASARES

Sequestrada por teu abraço sideral
Estive na galáxia do sempre amar,
Frente à frente na paixão da digital
Lírica e real em teu amor constelar.

Estivemos entre estrelas, astros,
Entre os quasares amantíssimos
Da nossa energia que num só lastro
Luziu nossa aura em azulzíssimos.

Gravitamos nossos corpos celestes
E colidimos com muito mais amor
Neste supremo céu que tu me vestes,

Esplendorosa, refém, que ao me transpor
Nave do teu amor, és o comandante
Das rotas de gozo do nosso céu interior.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

sábado, 19 de maio de 2012

Beijo Desejado



Tela de Arthur Braginsky


BEIJO DESEJADO

Pedes da minha boca um beijo
E colocas em meus lábios o mel
Que enseja teu gosto de desejo
Pousado no prazer desse meu céu.

Vens bem perto tentar-me em tua boca
Rastreando minha nuca cheirosa.
Deixas minha respiração tão louca
E minha boca libidinosa.

Bem ao meu lado, és meu pecado
O delírio constante que confesso
A atração fatal do beijo desejado

A tentação rubra que professo
Aos teus lábios, num beijo aliado,
É todo desejo que enfim te peço!

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Talvez não saibas



TALVEZ NÃO SAIBAS

Quando andávamos pelas estrelas
Dissipando nebulosidades,
Queríamos muito tocá-las, tê-las
No cintilar desse amor verdade.

Quanto lembro e choro sem esquecer
Do teu peito onde mora a glória
De nós dois enamorados de viver
Por tantas horas de nossa história.

Entretanto, não me queres todo dia,
Escolhes a dor ao etéreo sonhador
Deixando a noite cair sem poesia
No meu colo de carinho sem amor.

Não vês e não sabes das delicias,
Nem da mágica estrela à escolta
Do meu amor por ti em doces perícias
No meu corpo de amor prá tua volta.

Vilma Piva

Direitos Autorais Reservados ®

quarta-feira, 9 de maio de 2012

M Ã E



M Ã E

Lembrar você no teu colo de afetos
É querer outra vez ser tua criança,
Ter a benção em teus acalentos
Dormir o sono solto da confiança.

Lembrar você é lembrar dias de alegrias
Com gosto de bolo e café cheiroso,
Dos prazeres à mesa,doçuras dos dias,
No bem real do amor mais que valioso.

Lembrar você é lembrar da roupa nova,
Das tuas costuras nos meus vestidos,
Da batida da máquina que fez prova
Em bordados e sinhaninhas coloridos.

Da roupa lavada, do branco na alvura,
Dos varais ao sol e do vento no quintal.
Lembro-te na lida em qualquer altura
Da hora do dia, sempre pronta, divinal.

Lembrar você é revisitar nossa casa,
Nossa morada de tantas felicidades
Onde beijo a lágrima que extravaza
O amor que sinto por ti. Saudades!!

Vilma Piva

Direitos Autorais Reservados ®

sábado, 5 de maio de 2012

Maçarico-solitário - Haicais


MAÇARICO - SOLITÁRIO
*
Ave necessária
na beira dos rios, lagos.
Faz caça diária.

*
De hábito só
vive o maçarico
tão pacífico!

*
É ave pernalta
de bico fino e longo,
nada lhe falta!


Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mãos do Trabalhador

- Homenagem ao Trabalhador Rural -
Inspirado nas mãos do inesquecível Mestre Alcindo!

MÃOS DO TRABALHADOR

Palma aberta com grandes traços
Enveredando por toda a mão,
Linhas que se confundem
Com trabalho e oração.

Dedos grossos e alongados
Tentáculos da ocupação
Se separados pela distância,
Curvam-se na força da união.

Mãos fortes, calejadas,
Em seus traços reveladores
Na extensão e profundidade
Expõem a labuta e a seriedade.

E no côncavo da palma da mão
Mãos postas em oração
No aconchego da fé
Uma à outra se entrelaçam
A pedir proteção a São José.

E no âmago dessas mãos
Repousam com valentia
As sementes germinadoras
Do sustento de cada dia.
Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®