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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alazão de Prata


ALAZÃO DE PRATA
(Rondel XX)

Oh! Alazão de prata, corcel da ilusão,
Meu tesouro azul, minha miragem.
Sonho de amor, diamante do meu chão,
Rei das soberanias, minha voragem!

Meu encanto alado, minha viagem!
Teu cavalgar, minha sela de emoção,
Teu reino protetor, minha alienação,
Meu tesouro azul, minha miragem!

Sol das manhãs, sangue do coração!
Meu mito, meu infinito de coragem,
Vigor do enlevo, da mágica atração,
Meu favo de mel, meu doce selvagem.
Oh! Alazão de prata, corcel da ilusão!

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

terça-feira, 28 de junho de 2011

Adágio


ADÁGIO

A sentença que encerra tua máxima
Traz o mote das estradas da poesia:
-Parada obrigatória - real e fantasia.
Na árvore dos portais, tua obra prima.

E no tributo das folhas das estações
Tremo em teus ramos de fulgores
À sombra das alamedas em flores
Verdejando sendas de emoções.

E balanças meus cabelos em teu adágio
Despreendendo pólens de fecundação.
Outonal, trazes em teus frutos meu ágio

Numa bandeja suculenta para teu pedágio,
Pagando-te com minha cintura em tua mão
Mordida pelo verão que me fez presságio.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Canção Do Não Dizer



CANÇÃO DO NÃO DIZER

Permita-me....
Que eu emudeça minha voz
E guarde na doce luz que advinha
O que não disse minha alma sozinha
Na comporta do rio sem tua foz.

Permita-me...
Que eu feche os meus olhos
No silencio das estrelas à prumo
Do que não se disse ao teu rumo,
Neste meu céu para teus abrolhos.

Permita-me...
Que eu volte o meu rosto pálido
À sombra calada do teu amor- idílio,
Que diz e desdiz do perfume do lírio,
Sem mais nada dizer, branco e cálido.

Permita-me não dizer...

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Procura-se




PROCURA-SE

Perdeu-se da poesia
Um verso que remava
Noites em meu peito...

Fugiu sem deixar pegadas
E levou consigo as rimas
Que compunham sonetos
Em noites de lua cheia.

Ele tinha um ar usual
De construtor do imaginário
E com perfil de garimpeiro
Revelava-me em paz.

Ele era parte comandante
Dos enlevos do coração
E trazia em tom maior
O meu amor e paixão.

Agora, sem ele, ando calada
Saudosa, inquieta,
Incompleta, inconformada,
Sem saber onde estão
Aqueles meus dias
Tatuados com palavras
No colo dos meus seios...

Se alguém o encontrar,
Peço, por favor, urgência
Para que ele volte à minha rua
E comigo venha
Levantar meus cabelos
E acender estrelas no nosso céu.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Amanhecer

                                                   Foto/ Vilma Orzari Piva


AMANHECER

A luz da aurora
encanta o alvorecer.
Sol no amanhecer!

*

Manhã dourada
levanta a passarada.
Terra acordada!
 
*

Aquarela-se o dia
em cores à luz do sol.  
Abre-se o arrebol!
 
*
Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Guizo da Solidão


GUIZO DA SOLIDÃO
Soneto/Estilo Montenegrino

A solidão é guizo parido,
Acrescido prejuízo ao relento,
Som rebento, sem aviso, sofrido,
Adido friso, mó de pensamento.

Cinzento chocalhar movediço
Faz reboliço de andar friorento,
Ciumento de espaldar caniço,
Feitiço de pegar sofrimento.

É agarramento de se ferir louco,
Rouco, ao ganir a dor em arrastão
Sem condão, nesse ir leso e mouco.

Translouco de sangrar na percussão,
Em aflição, ao desfiar mais um pouco,
O que há pouco ilhou meu coração.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Á Espera Da Tua Chegada



À Espera Da Tua Chegada

Não quero mais pensar nas distâncias,
Nem na ingratidão do tempo gestor
De invernos e das inconstâncias
Que ceifaram os cânticos de amor.

Quero essa espera para te ver chegando
De corpo inteiro junto ao meu sentir,
Nesse meu colo fremente, perfumado,
De teus beijos que ficaram sem partir.

Quero teu amor, a paixão que fomos,
Ao encontrar-me em ti toda tigresa
De unhas e dentes no quanto somos,

Entre quatro paredes, cama e mesa,
Tesos, nus, nessa ânsia que expomos,
Dois corações ao encontro da inteireza...

E enquanto sigo a fome que somos
Mordo a saudade por sobremesa.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

domingo, 5 de junho de 2011

Dia Mundial de Preservação do Meio Ambiente - Flor de Ipê

Dia Mundial de Presevação do Meio Ambiente

FLOR DE IPÊ

É da mãe natureza essa tez
De cor e beleza que tu vês,
Por entre os ramos dos Ipês.

CUIDEMOS DO PLANETA!
Preservar fauna e flora
terra, água e ar, é urgente. 
Faça sua parte, seja prudente,
realize sua Ação agora!

 
Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

sábado, 4 de junho de 2011

O Sonhar - Philosofix-


O SONHAR
*Philosofix

Para ver um sonho triunfar
é decisão daquele que busca
o seu desejo realizar.

Não bastará ser uma luz brusca,
imediatista, só por querer,
tão frágil, se o tempo assim o ofusca.

Se ferrenho, será prá ver!
Eis que sonhar e realizar
É a firmeza que o faz vencer.

Vima Piva
Direitos Autorais Reservados ®

*PHILOSOFIX é uma proposta filosófica / poética criada por João Bosco Rolim Esmeraldo.
- Bosco Esmeraldo é Poeta, escritor, musicista, arranjador, cronista e contista. -

PHILOSOFIX segue essa formatação:
1. Versos dispostos em nonas na estrofação 3-3-3 (três tercetos);
2. Sequência rímica: ABA – BCB – CAC;
3. O primeiro terceto deve constar de uma TESE;
4. O segundo terceto deve ser a ANTÍTESE (a negação da tese);
5. O último terceto obrigatoriamente deve ser a SÍNTESE (terceto conclusivo);
6. A métrica é definida pelo primeiro verso e deve-se conservar
a mesma métrica e cadência até o final para manter a graça e e elegância do PHILOSOFIX.
7. O Philosofix também pode ser composto em dueto ou duplex:
 Dueto, quando em parceria com outro poeta, segue a mesma
temática, mas tornando-se peças independentes.
Duplex, quando compostos em parceria com outro poeta, mas
sendo harmônico, como um prolongamento de cada
verso, complementando-o no outro da mesma estrofe e
posição, como se fossem únicos.

Sei que muitos já usaram e ainda usam a formatação em tercetos, mas a grande diferença está justamente em o PHILOSOFIX ser uma poesia destinada a despertar a filosofia natural adormecida em cada poeta ou escritor.

*Exemplo de PHILOSOFIX:

PHILOSOFIX - TODO O SER QUE RESPIRA
UM POEMA FILOSÓFICO

E todo o ser que respira, ............ )
Ao Senhor deve louvar...............(Tese)
Do contrário é um ser que expira )

Se o ser não respirar................. )
Está morto, está sem vida. ........(Antítese)
Não pode a Deus adorar.......... )

Se eu estou vivo, respiro, Então,...)
Exalto ao Deus que me inspira.....(Síntese)
De todo o meu coração...............)

*João Bosco Rolim Esmeraldo
Direitos Autorais Reservados ®

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Canto à Solidão - Soneto Montenegrino


 
CANTO À SOLIDÃO 
*Soneto Montenegrino

O canto da solidão é um suspiro alado,
É um fado ao coração pulsante na batida
Dessa vida, na contramão dos sonhos em vagares,
Sem pares, na direção do eu porto solitário.

Visionário que sobre cantantes pergaminhos
Faz caminhos e descobre no suspirar da flauta
Nauta, a música nobre, melodia companheira,
Estradeira que o cobre harmônico em seus dias.

Rege nostalgias de amor, paixão, dor e saudade,
Tece poesias na cor do som que aquece a palma
E n'alma melodias d'alvor plasmado sem fim.

E em mim faz um lamento triste, desafinado,
Calado pensamento no amargo gosto do fel
De ser um tropel ao vento na voz do desencanto.

Vilma Piva
Direitos Autorais Reservados ®

*A técnica do "Soneto Montenegrino" é criação do Poeta Jorge Montenegro.
"O Soneto Montenegrino é uma criação baseada nos preceitos do Soneto, mas com algumas diferenças fundamentais. Minha intenção foi conceber um poema mais amplo estruturalmente e mais melodioso, mais rico musicalmente, sugerindo uma composição onde até 18 pares de sílabas homofônicas contribuem para uma maior densidade fonética. O Soneto Montenegrino pode ser: Distinto (com rimas repetidas) ou Precioso (com 18 rimas diferentes).

1- O Soneto Montenegrino tem 14 versos divididos em quatro estrofes, da seguinte forma: 2 estrofes de 4 versos e 2 estrofes de 3 versos.

2- Os Versos Montenegrinos têm 14 sílabas fonéticas (ou sílabas poéticas).

3- A cesura nos versos ocorre sempre na sétima sílaba tônica fonética, dividindo o verso em dois hemistíquios iguais de 7 sílabas fonéticas cada um.

4- A sílaba tônica do primeiro hemistíquio (7ª sílaba fonética) que determina a cesura pode pertencer a uma palavra oxítona ou paroxítona. Sendo paroxítona, a sílaba seguinte à sílaba tônica deve necessariamente fazer elisão com a primeira sílaba da próxima palavra.

5- A sílaba tônica do segundo hemistíquio (14ª sílaba fonética) pode pertencer a uma palavra oxítona, paroxítona ou proparoxítona.

6- O esquema rimático se dá de duas formas distintas:

a. Em rimas diagonais nos quartetos e nos tercetos, onde a última palavra do primeiro verso rima com a primeira palavra do verso seguinte (se for um verbo, advérbio, substantivo ou adjetivo) ou com segunda palavra (se a primeira palavra tiver sido um artigo, pronome ou preposição) do verso seguinte, e assim sucessivamente em todos os 14 versos. No total, as rimas diagonais do Soneto Montenegrino perfazem 14 homofonias, sendo 13 nos versos em diagonais subseqüentes e mais uma rima entre a primeira palavra do primeiro verso e a última palavra do último verso.

b. Em rimas internas na palavra do primeiro hemistíquio que determina a cesura de cada verso. O esquema rimático das estrofes é: aaaa / bbbb nos quartetos e ccc / ddd nos tercetos. Cada quarteto e cada terceto tem apenas uma rima interna. No total, as rimas internas do soneto perfazem 4 homofonias: 2 nos quartetos e 2 nos tercetos."

SOLITUDE

Toda vez que vejo a flor desfilando num jardim,
para mim, um sofredor, se enleva o sentimento
num momento de fervor em que avisto a esperança,
na pujança dessa dor, minha triste solitude.

Plenitude da paixão que tortura o meu dia,
agonia da canção que ressoa pelos ares
nos olhares da visão de um pássaro perdido,
iludido pela mão que o pôs em liberdade.

A saudade é atroz, pois revolve minha alma,
minha calma e a foz onde nasce meu sofrer
do doer de onde nós apartamos nossas vidas.

As feridas que não quis fazem festa no meu ninho,
meu cadinho chamariz de um sofrer tão infinito,
um proscrito infeliz que hoje abrasa a minha tez.

Jorge Montenegro
Direitos Autorais Reservados ®